Por Liliane Abreu
Paulo Freire disse certa vez: “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.”
Sim, é verdadeiramente um ato de amor e coragem, pois exige dos professores a reinvenção de si mesmos e de suas técnicas para lidar com ambientes em mudança ou até sem nenhuma condição material ou humana para lecionar.
É amor e coragem quando veem crianças e adolescentes, ou mesmo adultos, com fome tentando aprender algo, e continuarem ali tentando repassar o ensinamento que talvez dê uma vida melhor à esses alunos, ou no mínimo, o direito de sonharem.
É amor e coragem quando são demonizados e humilhados, sendo chamados de ‘vagabundos’, ‘preguiçosos’, e até nos últimos tempos, sendo anunciados como ‘pedófilos’ que supostamente estariam dando mamadeiras obscenas para bebês. Mesmo assim, continuam a ensinar.
É amor e coragem quando conseguem fazer especializações com seus salários muitas vezes ínfimos e com constância efetiva de horas intermináveis de trabalho que ultrapassam qualquer ser humano trabalhador ‘normal’, já que as tarefas acompanham esses profissionais tarde da noite, mesmo em fins de semana e feriados em suas casas. Mesmo assim, eles continuam.
É reconfortante quando eles tomam conhecimento que pelo menos um de seus alunos tornam-se seres sociais de valor, conscientes de si e de mundo para fazer diferença mesmo em seu micro cosmo. E é orgulho máximo quando muitos desses alunos entendem esse caminho.
Ser um professor é de fato um ato de amor e coragem, por isso não é para qualquer um e nem mesmo para meros aventureiros que não entendem o que é amor.
Educar é muito mais do que conduzir a aprender a ler e saber multiplicar 7×8. Repetir em decoreba qualquer coisa até papagaio, gravador e presidente genocida sabem fazer… Mas, pensar criticamente, ah… aí é outro universo…
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