MUCB

‘Não irei à sua posse Bolsonaro’

A posse.

Não irei à sua posse, 
Pq sou negro cotista, 
Sou filho da diarista, 
Daquela cuja empregada, que a carteira assinada 
Vc queria negar.

Não irei à sua posse, 
Pq sou homoafetivo, 
Filho do índio nativo, 
Dono desse lugar, 
Cujas terras demarcadas
Vc reluta em tomar.

Não irei à sua posse, 
Pq sou mulher educada, 
Não nasci de fraquejada, 
E luto por igualdade, 
E isso me engrandece. 
Mas respeito e liberdade
não é coisa pra covarde, 
Isso vc desconhece.

Não irei à sua posse, 
Pq sou trabalhador, 
Se sem direitos estou
É pq vc contribuiu
Pra reforma trabalhista. 
Assassinou o sindicato, 
E o povo pagará o pato
Do modelo escravagista.

Não irei à sua posse, 
Pq eu sou um retirante, 
Filho de um imigrante, 
Imitante de Jesus, 
Que também por um instante, 
foi um simples imigrante, 
Pra cumprir com sua cruz.

Não irei à sua posse , 
Pq sou deficiente, 
Sou humano, sou valente, 
Mas tenho vergonha na cara. 
Minha cadeira de rodas
Segue outra direção:
A do respeito, inclusão, 
A direção bem contrária, 
Dessa farsa anunciada.

Não irei a sua posse, 
Pq eu sou a poesia, 
Sou poeta sou folia, 
Sou a cantiga de rodas. 
Sou quilombo, sou favela, 
Sou a pipa da janela, 
Voando a favor do vento, 
Caindo na plantação 
De uma reforma agrária. 
Sou a raça libertária, 
Sou alegria perene, 
Por isso não me condene! sua graça é temporária.

(Autor desconhecido)

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