O Julho das Pretas é uma agenda conjunta e propositiva com organizações e movimento de mulheres negras da Bahia, região Nordeste, e mais alguns estados do país, voltada para o fortalecimento das organizações de mulheres negras. Criado em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-americana e Caribenha.
Com o tema Mulheres Negras por Um Nordeste Livre, a 7ª edição do Julho das Pretas traz mais de 150 atividades durante todo o mês de julho em Salvador, Região Metropolitana e nos demais municípios do interior da Bahia. Articulado por ativistas e organizações de mulheres negras de toda região Nordeste do país, a ação de incidência política busca mobilizar milhares de pessoas da região, durante todo o mês de julho, através de uma agenda coletiva de atividades em celebração ao 25 de julho – dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
O tema do Julho das Pretas deste ano tem o objetivo de destacar a vanguarda da região nas lutas por liberdade, contra o racismo, o patriarcado, a democracia plurirracial e pelo Bem Viver. No dia 25 de julho acontece, em Salvador a Marcha das Mulheres Negras Por Uma Bahia Livre, a fim de ressaltar a importância da população negra da região Nordeste contra o fascismo e o retrocesso de direitos. Este ano é a 3ª Edição da Marcha do 25 de julho em Salvador, e 2ª Edição em Aracajú (SE). Todos os estados da região Nordeste promoverão atividades no dia.
“O Julho das Pretas em todas as suas edições teve como finalidade incidir na conjuntura política do país e apontar caminhos. O tema deste ano vem para reafirmar a força política das mulheres negras na região Nordeste, bem como, nossas narrativas de luta por liberdade ao longo da história. Na região Nordeste temos vivenciado de maneira intensa o recrudescimento do racismo e com isso somos às maiores vítimas do feminicídio, da LBTfobia, da violência doméstica, da mortalidade materna, do extermínio da juventude negra. Quer dizer, só viveremos uma sociedade livre quando o modelo civilizatório tiver centrado no bem viver para todas nós”, aponta a coordenadora executiva do Odara – Instituto da Mulher Negra e da Articulação de Organização de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Valdecir Nascimento.
O Julho das Pretas é desenvolvido a partir de uma agenda conjunta e propositiva com movimentos de mulheres negras da Bahia, região Nordeste, e mais alguns estados do país. As atividades realizadas durante todo o mês reúne mulheres negras plurais bem como, pessoas comprometidas com a construção da equidade racial.
Confira agenda completa: agenda_julho_das_pretas_2019 (6)
Uma das atividades aconteceu pela manhã do dia 30/07 na Sede do Coletivo Creuza Oliveira no bairro Mata Escura em Salvador, roda de conversa ” Mulheres Resistindo aos retrocessos e à violência”, atividade do Julho das Pretas. Momento importante de debate, discussão, com a participação de Creuza Oliveira, Carmem Miranda, Arlete Barreto Coordenadora de educação de MNU, Milca Coordenadora de mulheres do MNU Salvador. Muito bom!
Confira as fotos registradas da atividade!
O ODARA – Instituto da Mulher Negra
O ODARA – Instituto da Mulher Negra é uma organização negra e feminista, centrada no legado africano, voltada para o fortalecimento e autonomia das mulheres negras.
O Instituto surgiu em 2009, a partir das especificidades do ser mulher negra, que na sociedade brasileira é estruturada pelo racismo e sexismo e todas as formas de opressão, provocando um conjunto de desvantagens, tais como: menor salário, menor acesso a níveis elevados de formação, celibato involuntário, maior responsabilidade no sustento familiar, maior índice de desemprego e miséria, quando articuladas vão agudizar a exclusão dessas mulheres.
O Odara tem como missão combater o racismo, o sexismo, a lesbitransfobia e formas correlatas de opressão, para a defesa da liberdade, autonomia e o bem viver das mulheres negras.
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