MUCB

MANIFESTO CONTRA O GOVERNO BOLSONARO E CONVOCAÇÃO PARA UM ATO PÚBLICO NO DIA 29/09/2019

Nós somos o MUCB, Mulheres Unidas Com o Brasil, e é sob essa unidade e força que esse grupo, originalmente criado em agosto de 2018 durante a CAMPANHA ELEITORAL BRASILEIRA, se mantém firme em oposição à eleição de Jair Messias Bolsonaro à presidência do Brasil. Já fomos a única voz de uma mulher brasileira, que foi a idealizadora e criadora do MUCB. Hoje somos MILHÕES DE MULHERES que se REBELARAM e RESISTEM! Juntas assumimos um compromisso com o PAÍS: A LUTA PELA EXISTÊNCIA.

Gestamos e somos gestadas por mais de 2,4 milhões de mulheres que acreditam, verbalizam, publicam, redigem, cantam, legitimam, caminham, compartilham e clamam por DEMOCRACIA e VIDA. Somos unissones pela garantia dos DIREITOS HUMANOS, do MEIO AMBIENTE, do direito à EDUCAÇÃO. Juntas clamamos por JUSTIÇA, RESPEITO, LIBERDADE DE IMPRENSA. Somos incansáveis na defesa dos MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES, pelos QUILOMBOLAS, pelos INDÍGENAS, pelos SEM TERRA, pelos SEM MORADIA, pela comunidade LGBTQ+, pela CULTURA e, sobretudo, pela manutenção dos direitos previstos na CONSTITUIÇÃO brasileira.

Vivemos a era do DESMONTE POLÍTICO. Eis o retrocesso onde reina um governo autoritário, fascista e ditatorial. Um governo que ceifa diariamente nossos direitos básicos. Vemos dia após dia nossa tão jovem democracia ser destruída. Vemos um governo completamente despreparado administrar uma NAÇÃO INTEIRA de forma medíocre, baseado em fake news. Vemos e sentimos a propagação do discurso do ódio e a perversidade contra o POVO BRASILEIRO e sua minoria. Um governo declaradamente HOMOFÓBICO, RACISTA, MACHISTA, XENOFÓBICO e INTOLERANTE. Um governante IMATURO e PRECONCEITUOSO, que já demonstrou não ter a menor competência para administrar e que trabalha somente, para um grupo seleto formado em sua grande maioria por: GRANDES EMPRESÁRIOS, BANQUEIROS, CAPITAL ESTRANGEIRO, LATIFUNDIÁRIOS E MILITARES.

Considerada DESUMANA e CRUEL esta gestão pelo qual o nosso Brasil vive, nos fez organizarmos em LUTA e RESISTÊNCIA. Toda forma de opressão que atravessa nossos corpos será aniquilada. Somos mulheres VIGILANTES e não nos CALAREMOS!

LUTAMOS contra a homofobia, o racismo, o machismo, o sexismo, a xenofobia, a destruição dos direitos previdenciários, trabalhistas, sociais, e a censura da voz, do corpo, da expressão e da palavra. LUTAMOS contra o FASCISMO.

Cada uma de nossas publicações é a voz que ecoa e se multiplica na soma da luta CONTRA:

⦁ A gestação de um país sem projeto e de um projeto para entregar o país;
⦁ Um governante que desrespeita os limites entre representação política e as relações familiares, e que prioriza a proteção aos filhos em detrimento da ética que caberia ao PRESIDENTE DA NAÇÃO;
⦁ A indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada dos Estados Unidos. Uma vergonha internacional que afronta os diplomatas de carreira e indica claramente a prática de nepotismo. Em recente declaração, Bolsonaro afirmou que deseja beneficiar seu filho. Mais um exemplo do desrespeito à população brasileira, onde transparece o exercício de um ato de improbidade. Filho este que expressou, de forma autoritária e com sentimento de desprezo, que – “por vias democráticas, a transformação não acontecerá na velocidade que o Brasil quer” – fazendo assim, uma apologia ao golpe de estado;
⦁ A indicação de Sérgio Moro que sempre foi questionada diante dos acontecimentos e decisões políticas. Após os vazamentos dos áudios e mensagens do INTERCEPT, estamos convictas que sua nomeação para o Ministério da Justiça foi uma forma de agradecimento por conduzir o afastamento do Presidente Lula, principal adversário de Bolsonaro no período eleitoral. A prisão de Luis Inácio Lula da Silva é um crime político, um atentado à democracia;
⦁ A nomeação de Ricardo Salles para Ministro do Meio Ambiente, mesmo após admitir que nunca tinha visitado a Amazônia e que desconhecia Chico Mendes, um dos maiores ativistas ambientais da história do Brasil e líder seringueiro, assassinado em 1988, no Acre;
⦁ A intensificação e a legitimação das queimadas e das demais ações que violam o Meio Ambiente e assassinam a vida em diversas regiões e biomas brasileiros, entre elas FLORESTA AMAZÔNICA, MATA ATLÂNTICA e CERRADO;
⦁ A perseguição aos indígenas manifestada na fala de Bolsonaro quando prometeu que, “sob a sua liderança, não haveria nem mais um centímetro de terra indígena demarcada, e anunciou a intenção de integrar os povos indígenas à força “como o Exército, que fez um grande trabalho”;
⦁ O fim anunciado pelo INCRA, dos processos de desapropriação de terras que seriam destinadas à Reforma Agrária;
⦁ A tentativa de extinção do Conselho Nacional de Segurança Nutricional e Alimentar, e de tirar a pauta da agenda política e social dos órgãos que combatem a fome e a miséria no Brasil;
⦁ A liberação recorde do uso de agrotóxicos, 262 somente no primeiro semestre de 2019;
⦁ A nomeação do economista Abraham Weintraub para o Ministério da Educação e a consequente arbitrariedade com que o mesmo trata a Educação Pública Superior, através do corte de verbas e bolsas de pesquisa, além de incitar a ida de pesquisadores brasileiros para laboratórios privados de outros países. Foi alegado inicialmente que os cortes seriam direcionados à apenas três universidades devido às “balbúrdias” promovidas nas instituições, afirmação esta que reitera o caráter autoritário do governo bolsonarista;
⦁ O congelamento dos investimentos na educação. De acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo (SIOP), já passamos dos R$7 bilhões. Na Educação Básica, o valor chega a R$ 914 milhões. Esse corte inclui verbas para construção e manutenção de escolas e creches, capacitação de profissionais da educação, merendas escolares e transporte. Segundo o MEC, o bloqueio das verbas foi feito para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos;
⦁ O projeto nefasto de desmonte da PREVIDÊNCIA SOCIAL, em vias de ser aprovado e considerado o maior ataque aos direitos da classe trabalhadora em décadas. Projeto que representa o fim do Sistema de Seguridade Social Brasileiro, garantido pela Constituição de 1988 e reconhecido como um dos sistemas mais avançados do mundo. Projeto que ataca gravemente as trabalhadoras, e ignora as desigualdades sociais e regionais do povo brasileiro;
⦁ A censura da ANCINE. Foi determinado pelo governo que todos os filmes que tenham algum conteúdo inadequado terão que passar por uma análise prévia e aqueles considerados inapropriados, não receberão recursos de finaciamento. Tentativa clara e vergonhosa de invisibilizar nossas narrativas;
⦁ O saudosismo da Ditadura, exposto em diversas manifestações do Chefe de Estado Brasileiro, que simplesmente não descarta a idealização de uma intervenção militar no país. Há uma clara e forte apologia à tortura, que legitima qualquer tipo de violência, além das reverências sórdidas à figura de Carlos Ustra, reconhecido como torturador pela Justiça Brasileira.
⦁ Os comentários de Bolsonaro sobre sua admiração pela Ditadura provocam indignação. “O erro da Ditadura foi ter torturado e não matado”, afirmou fomenta uma crença repugnante de que um regime militar colocaria ordem no Brasil. Além do mais, banaliza a tortura de nós mulheres, como a jornalista Miriam Leitão;
⦁ A perseguição e ameaça aos movimentos populares sociais. Entendemos que este é o ato que demonstra um enorme perigoso, uma censura moral, uma tentativa real para destruir as bases do convívio democrático no país;
⦁ Incompreensível Bolsonaro se intitular como um indivíduo patriota, que na verdade pouco se importa com o Brasil, onde publicamente referiu-se como lixo e mantém um discurso que idolatra os Estados Unidos;
⦁ A liberação do porte de armas. O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres no país.
⦁ Impunidade absoluta sobre o assassinato brutal de Marielle Franco e Anderson Gomes. Quem mandou matar a vereadora eleita pelo Psol, quinta mais votada do Rio de Janeiro??? Uma mulher negra, socióloga, bissexual, oriunda do Complexo da Maré, feminista, política e ativista de direitos humanos e seu motorista negro no Rio de Janeiro. Está claro que este governo quer calar nossas vozes.

O Brasil está em um momento onde configura-se uma polarização política extremista e altamente ultra-conservadora. Manifestam-se distopias, em uma gravidade onde se quer romper com nossa frente progressista. É a hora de partilharmos nossos valores democráticos, de sairmos às ruas e decretarmos o fim deste ciclo repugnante e asqueroso que tomou conta do nosso país e se apropriou do nosso verde-amarelo, da nossa bandeira. É preciso dar um BASTA a este GOVERNO QUE NÃO NOS REPRESENTA E QUE NUNCA NOS REPRESENTARÁ.

Dia 29/09/2019 é dia de GRITAR ELE NÃO! ELE JAMAIS! ELE NUNCA! FORA BOLSONARO. É nosso dever, nossa obrigação, estaremos de volta às ruas do Brasil e ao redor do mundo, tal como no ano passado, nos uniremos e manifestaremos nosso descontentamento perante o atual presidente ilegítimo. Mais uma vez, não nos calaremos, não seremos sacrificadas.
Por isso, convocamos os movimentos sociais, a sociedade civil, as entidades de classe, os estudantes, os professores, os indígenas, a comunidade negra e LGBTQ+ a SOMAR E MULTIPLICAR juntamente com a sociedade brasileira, bem como os estrangeiros sensíveis a nossa causa a se juntarem a nós e participar!
DIA 29 DE SETEMBRO DE 2019, A PRIMAVERA DAS MULHERES RENASCE!!!

“As rosas da resistência nascem no asfalto. A gente recebe rosas, mas vamos estar com o punho cerrado falando de nossa existência contra os mandos e desmandos que afetam nossas vida”. Marielle Franco

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